7 Fevereiro 2013

A Amnistia Internacional apela à investigação independente e imparcial ao assassinato de Chokri Belaid, uma figura proeminente da oposição política de esquerda tunisina, crítico veemente da violência política levada a cabo pelo governo e defensor da proteção dos valores democráticos no país. É a primeira vez que um assassinato deste tipo ocorre na Tunísia e ainda ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque. 

Nos últimos meses têm-se registado vários incidentes de violência contra ativistas políticos, sedes e reuniões partidárias. As autoridades tunisinas não têm feito nada para assegurar aos opositores políticos, vítimas de ameaças constantes, a proteção necessária.

“As autoridades tunisinas não devem ter qualquer ilusão de que seja suficiente a simples condenação pública do incidente. Apenas uma investigação completamente transparente e independente pode esclarecer as circunstâncias da morte de Chokri Belaid. Existe uma necessidade, hoje mais do que nunca, que seja feita justiça e que seja visível para todos que está a ser feita”, diz Hassiba Hadj Sahraoui, Vice-Diretora da Amnistia Internacional para o Médio Oriente e Norte de África.

“Dois anos após a queda de Ben Ali tem aumentado a desconfiança face às instituições que deveriam proteger os direitos humanos e os tunisinos não ficarão satisfeitos com uma investigação fraudulenta”, acrescenta.

A Amnistia Internacional tem chamado a atenção para a necessidade de reforma das forças de segurança e para a falta de independência no sistema judicial. “Nenhum grupo, independentemente da sua afiliação, deve ficar acima da lei”, diz Hassiba Hadj Sahraoui.
 

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