Mikita Zalatarou foi agredido, eletrocutado e colocado atrás das grades na sequência de um julgamento profundamente injusto. É um dos casos da Maratona de Cartas de 2021.
Até há pouco tempo, Mikita Zalatarou era um adolescente como qualquer outro. Gostava de jogar Minecraft e ouvir música, sobretudo rap. Mas hoje, este jovem de 17 anos, que sofre de epilepsia, vive um verdadeiro pesadelo.
Segundo o pai de Mikita, tudo começou em agosto de 2020, quando o jovem esperava por um amigo na praça principal da cidade de Gomel, na Bielorrússia (Homel, no original). Não muito longe dali, decorria uma manifestação pacífica contra os resultados das últimas eleições presidenciais. Mas, quando a polícia chegou, a situação alterou-se e à medida que a multidão começou a correr, alguém gritou para que Mikita corresse e saísse dali também. Foi o que ele fez.
No dia seguinte, mais exatamente a 11 de agosto, a polícia foi até casa de Mikita. Prenderam-no, agrediram-no e acusaram-no de, na noite anterior, ter atirado um cocktail Molotov na direção de dois polícias. Já sob custódia, Mikita foi novamente agredido, mas desta vez com um bastão de choques elétricos. Foi interrogado sem um advogado presente e sem um adulto que fosse o seu representante legal, e preso durante seis meses até ir a julgamento.
Mikita viria a ser condenado por desordem em massa e uso de explosivos ilegais. Contudo, o vídeo que serviu de prova não o mostra a participar em nenhum momento de violência. Também os relatos de órgãos de comunicação social da manifestação não mencionam quaisquer detenções em massa. Mas, ainda assim, o juiz condenou Mikita a cinco anos de prisão num estabelecimento prisional para jovens. Desde então, o jovem já esteve numa cela em regime de prisão solitária, foi, alegadamente, vítima de tortura e nem sempre teve direito aos medicamentos de que necessita para a epilepsia.
Os pais de Mikita apelam por ação imediata para que o seu filho seja libertado. Um apelo por ação, por assinaturas em defesa do filho e por cartas de solidariedade.
Chegou o momento de nos juntarmos a eles.
Assine este apelo dirigido ao Procurador-geral da Bielorrússia para que Mikita possa ser libertado e tenha a possibilidade de um julgamento justo.
Todas as assinaturas serão entregues pela Amnistia Internacional.
Pode consultar aqui todos os casos da Maratona de Cartas e agir em sua defesa.
Texto da carta a enviar
Caro Procurador-geral,
No dia 10 de agosto de 2020, Mikita Zalatarou esperava por um amigo numa rua de Gomel, quando foi arrastado por uma multidão de manifestantes. Em apenas 24 horas, o jovem de 17 anos – que sofre de epilepsia – estava sob custódia policial, acusado de atirar um cocktail Molotov. As autoridades agrediram-no, eletrocutaram-no, interrogaram-no sem a presença de um advogado ou de um adulto responsável na sala, e prenderam-no durante 6 meses até ir a julgamento. Apesar de não existirem provas de que Mikita esteve envolvido em qualquer tipo de violência, foi considerado culpado e condenado a cinco anos de prisão.
Apelo a que faça tudo o que estiver ao seu alcance para que ele seja libertado, mediante um julgamento justo que decorra de acordo com os padrões internacionais de justiça juvenil.
Atentamente,
Letter content
Dear Prosecutor General,
Mikita Zalatarou was waiting for a friend on the street in Homel when he was swept into a crowd of protesters on 10 August 2020. Within 24 hours, the 17-year-old – who also has epilepsy – was in police custody, accused of throwing a Molotov cocktail. Officers beat him, electrocuted him, interrogated him without a lawyer or responsible adult present, and locked him up for six months before putting him on trial. Despite no evidence showing Mikita had been involved in any violence, he was convicted and sentenced to five years’ imprisonment.
Please do all in your power to ensure that he is released pending a fair trial that meets international child justice standards.
Yours sincerely,