7 Junho 2024

“Continuo a lutar porque nunca aprendi nada prático como matemática ou mecânica. Só sei sonhar. E graças a isto, no dia em que nasci e no dia em morrerei, serão dias festivos. E graças a isto muita gente gosta de mim. Aprendi que não somos nada perante o infinito. Só o amor e a memória nos tornam eternos. Olho, ainda conservo o sabor do último beijo daquele dia 11, a família também me espera.”

Luis Manuel Otero Alcántara

Conheça o Caso de Luis Manuel

 

Luis Manuel é um artista afro-cubano e autodidata. A sua casa em San Isidro, um dos bairros mais pobres de Havana, é um refúgio e um espaço seguro para a comunidade – uma verdadeira casa aberta para que as pessoas se possam conhecer melhor e conversar em segurança. Desde 2017, Luis Manuel ganhou reconhecimento internacional pelo seu ativismo pacífico contra o Decreto 349, uma lei que visa silenciar artistas críticos das autoridades cubanas.

No seguimento da implementação do Decreto 349, Luis Manuel assumiu o papel de líder do Movimento de San Isidro, um grupo diverso de artistas, jornalistas e ativistas determinado a agir de forma pacífica para defender o direito à liberdade de expressão. Pelas suas ações de defesa dos direitos humanos, os elementos desse grupo têm sido alvo de intimidações, vigilância e detenções.

No dia 2 de maio de 2021, agentes de segurança do Estado levaram Luis Manuel da sua casa, após ter iniciado uma greve de fome contra a apreensão dos seus trabalhos artísticos pelas autoridades. Foi levado para um hospital onde lhe recusaram contacto com o exterior. Após a sua libertação, um mês depois, as autoridades continuaram a vigiar cada um dos seus passos.

No dia 11 de julho 2021, Luis Manuel publicou um vídeo online, afirmando que iria participar naquela que se revelou ser a maior manifestação das últimas décadas em Cuba. Contudo, antes da manifestação começar, Luis Manuel foi detido e levado para Guanajay, uma prisão de segurança máxima, onde se encontra até hoje.

Em junho de 2022, na sequência de um julgamento à porta fechada onde, por isso, jornalistas, observadores internacionais e representantes de embaixadas não puderam estar presentes, Luis Manuel foi condenado a cinco anos de prisão. De acordo com um documento do tribunal, foi acusado de “insultar símbolos nacionais” pelo uso da bandeira cubana na peça Drapeau, na qual ou usava a bandeira cubana ou a levava consigo 24 horas por dia durante um mês, e de “desordem pública” e “desprezo” por se juntar com outras pessoas numa manifestação a 4 de abril, onde cantaram “Patria y Vida” em público e entoaram “palavras ofensivas” contra o antigo presidente Raúl Castro.

Desde que foi transferido para Guanajay, a sua saúde tem-se deteriorado e não tem recebido cuidados médicos adequados. Além disso, segundo algumas pessoas próximas, as autoridades permitem visitas da família a cada quinze dias e telefonemas de 3 a 4 minutos, duas vezes por semana. Contudo, é frequente negarem-lhe os seus direitos a essas visitas e às chamadas telefónicas.

 

Exija a Libertação imediata e incondicional de Luis Manuel

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