26 Abril 2013

Yoshihide Miyagi, de 56 anos, e Katsuji Hamasaki, de 64 anos, foram enforcados em Tóquio no dia 26 de abril. As execuções dos dois presos no corredor da morte são uma prova do aumento do uso da pena de morte no Japão depois da subida ao poder do primeiro-ministro Shinzo Abe, alertou a Amnistia Internacional.

Ambos os homens foram condenados à morte em 2005 por dispararem e assassinarem membros de um gangue rival num restaurante, na cidade de Ichihara. Desde dezembro de 2012, data de formação do novo governo liberal democrata, já foram condenadas à morte cinco pessoas: Yoshihide Miyagi e Katsuji Hamasaki, em abril, e outras três pessoas em fevereiro.

“Estas notícias chocantes reforçam os nossos receios de que o novo governo aumente de forma alarmante as execuções”, refere Catherine Baber, diretora da Amnistia Internacional para a Ásia Pacífico. “Já vimos cinco execuções este ano, o que mostra que o governo não tem intenção de ouvir os apelos internacionais e iniciar um debate aberto e público sobre a pena de morte, incluindo a sua abolição”.

O atual ministro da justiça japonês, Sadakazu Tanigaki, já expressou publicamente o seu apoio à pena de morte. Dez pessoas foram enforcadas em menos de um ano durante o anterior mandato de Shinzo Abe como primeiro-ministro, entre setembro de 2006 e setembro de 2007.No total, o Japão executou 12 pessoas desde março de 2012, depois de um período de 20 meses sem levar a cabo execuções.

“Apelamos ao governo japonês que altere esta tendência e que imponha uma moratória ao uso da pena de morte, com vista à sua eventual abolição”, afirma Catherine Baber. A Amnistia Internacional opõe-se à pena de morte em qualquer circunstância, sem exceção. A pena de morte viola o direito à vida e é uma punição cruel e desumana.

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