21 Março 2013

Hoje assinala-se o Dia Internacional para a Eliminação da Discriminação Racial. Quando decorrem nas Nações Unidas as negociações do texto final do Tratado de Comércio de Armas, a Amnistia Internacional Portugal lembra que é fundamental que seja aprovado um documento que garanta que as armas não caiem nas mãos erradas.

A História tem mostrado que o comércio desregulado de armas permite que sejam usadas, entre outros, para cometer crimes que têm na base a discriminação racial.

Um exemplo bem recente é o da Costa do Marfim, onde a violência escalou no início de 2011, após as eleições presidenciais, com centenas de pessoas a serem assassinadas. Uma investigação da Amnistia Internacional revela que as forças oponentes ao presidente Laurent Gbagbo foram responsáveis por execuções arbitrárias. Os alvos eram muitas vezes escolhidos com base na etnia.

Os piores relatos de execuções arbitrárias cometidas pelas Forças Republicanas da Costa do Marfim (pró-presidente Alassane Outtara) referem-se a março de 2011, na cidade de Duékoué, e contaram com o apoio da milícia armada Dozos. Centenas de homens, de todas as idades, foram alvo de execuções sumárias com base na sua etnia, uma vez que acreditavam que a etnia Guérés era pró-Gbagbo.

Por outro lado, as forças pró-Gbagbo tiveram muitas vezes como alvo pessoas da comunidade Dioula, percecionadas como sendo opositoras ao regime do então presidente. As forças de segurança usaram munições verdadeiras e granadas de fragmentação contra estes manifestantes em janeiro e fevereiro de 2011. Mais no relatório “Communities shattered by arms proliferation and abuse in Côte d’Ivoire”.

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