17 Outubro 2011

Neste dia a Amnistia Internacional gostaria de sugerir um livro sobre esta temática: “Um Ano no Tráfico de Mulheres” – Antonio Salas

Ao longo de um ano Antonio Salas, o autor de “Diário de Um Skin”, fez-se passar por um traficante de mulheres à procura de pistas para desmascarar o sórdido e miserável mercado do sexo. As suas conclusões são chocantes!

«Todos conhecemos também alguma criança de treze anos; uma filha, uma irmã, uma neta, uma vizinha… Eu lembrei-me de Patricia, a filha da minha ex-cunhada, e por um instante imaginei-a a ela nas garras de uma rede como a do mexicano. Imaginei-a vendida como uma boneca de trapos humana e colocada a trabalhar num qualquer bordel de luxo para clientes exigentes. Visualizei-a sendo manuseada por um empresário babado, suado e seboso como Manuel. E mal consegui conter a minha ira. […] Graças a Deus, aquele arrebate durou-me apenas uns instantes. Sou um investigador e não um piquete de linchamento, mas a verdade é que a investigação estava a passar dos limites. Torna-se difícil entrar no papel de um sacana sem escrúpulos, como supostamente são todos os traficantes de seres humanos e de drogas, e evitar que a representação não te devore»

«Nesta viagem até ao inferno, o autor sentiu compaixão, lástima, ira, desejo, culpabilidade, frustração, asco, impotência e, acima de tudo, tristeza. Uma imensa tristeza.»

«Se tivesse conseguido prever a angústia e o desespero que ia experimentar ao infiltrar-me neste mundo perverso, talvez nunca tivesse iniciado esta investigação.»

Título: Um ano no tráfico de mulheres
Autor: Antonio Salas
Editora: Livros d’Hoje

O Trafico de Seres Humanos

O tráfico de seres humanos é uma realidade com um impacte económico comparável ao do tráfico de armas e de droga. Estima-se que por ano sejam traficadas milhões de pessoas em todo o mundo.
Portugal não está imune a este fenómeno que acarreta consigo um conjunto de causas e consequências problemáticas: o crime organizado, a exploração sexual e laboral, as assimetrias endémicas entre os países mais desenvolvidos e os mais carenciados, questões de género e de direitos humanos, quebra de suportes familiares e comunitários.
 

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