O caso de Raif Badawi e o panorama de repressão e flagrantes violações de direitos humanos na Arábia Saudita vão estar em debate numa conferência organizada pelo Grupo de Estudantes da Amnistia Internacional da Universidade Nova de Lisboa esta sexta-feira, 29 de abril, a partir das 15h, contando com a participação da mulher do blogger e ativista, Ensaf Haidar (via Skype).
O painel de oradores da conferência integra também a eurodeputada Ana Gomes, que abordará o desenvolvimento do caso de Raif Badawi no Parlamento Europeu, a professora Ana Santos Pinto, do departamento de Estudos Políticos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Nova, e ainda a presidente da Direção da Amnistia Internacional Portugal, Susana C. Gaspar.
Raif Badawi foi condenado a uma pena de dez anos de prisão e mil chicotadas, além de uma multa de um milhão de riais (cerca de 225 mil euros), por um tribunal na cidade saudita de Jidá a 7 de maio de 2014, pelo simples exercício de liberdade de expressão. A justiça da Arábia Saudita visou-o criminalmente por ter criado um fórum de discussão online aberto ao debate público, onde as autoridades entendem que foi “insultado o Islão”.
A 9 de janeiro de 2015, foi submetido às primeiras 50 das mil chicotadas a que fora condenado, numa praça pública de Jidá, o que provocou uma intensa vaga internacional de críticas. As subsequentes séries de chicotadas foram sendo adiadas, inicialmente com a justificação de preocupações médicas sobre o estado de saúde de Raif Badawi e depois por razões nunca divulgadas pelas autoridades do país.
A Amnistia Internacional avaliou aquele como um dia negro para a liberdade de expressão na Arábia Saudita, cujo registo de direitos humanos é muito desolador. Raif Badawi é prisioneiro de consciência da Amnistia Internacional.
Esta conferência organizada pelo Grupo de Estudantes da Amnistia Internacional da Universidade Nova realiza-se a partir das 15h00 desta sexta-feira, 29 de Abril, na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.