16 Dezembro 2014

O ataque feito por talibãs a uma escola da cidade paquistanesa de Peshawar, com mais de 120 mortos, mostra um cruel desrespeito pelos direitos humanos e sublinha claramente a necessidade de proteção dos civis naquela região, defende a Amnistia Internacional.

Pelo menos 126 pessoas, na maioria crianças, foram mortas neste ataque em que vários homens armados tomaram a escola de assalto esta terça-feira, 16 de dezembro, e começaram a disparar indiscriminadamente contra alunos e professores no que constituiu o mais chocante atentado perpetrado pelos talibãs nos tempos recentes.

“Não há justificação nenhuma para atacar crianças desta forma. Este impiedoso ataque talibã é uma recordação dura de que os civis no noroeste do Paquistão precisam desesperadamente de proteção eficaz da atividade dos grupos rebeldes”, nota o vice-diretor da Amnistia Internacional para a Ásia Pacífico, David Griffiths. “É da maior importância agora que as autoridades paquistanesas tomem medidas eficazes para proteger os civis e para minimizar os riscos de este tipo de tragédia revoltante voltar a repetir-se”, prossegue o perito.

Porta-voz dos talibãs declarou que o ataque foi uma retaliação pelas operações militares recentes do Exército paquistanês no Waziristão do Norte, em que centenas de combatentes talibãs foram mortos.

A escola atacada, que se localiza numa zona perto de uma base, era gerida pelo Exército e alguns dos alunos eram filhos de militares.

Os talibãs têm tomado por alvo estudantes no Paquistão em várias ocasiões, mas este é o ataque mais mortal de sempre a uma escola naquele país. Desde 2010, ocorreram pelo menos quatro ataques a autocarros escolares, incluindo aquele em que a premiada com o Nobel da Paz 2014 Malala Yousufzai foi alvejada a tiro na cabeça, no distrito de Swat em 2012. Já em 2014 foram registados pelo menos três ataques dos talibãs a escolas, em que morreu uma pessoa.

 

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