19 Março 2013

A luta pelos direitos humanos através de ações urgentes, uma das formas de atuação mais importantes da Amnistia Internacional, completou recentemente 40 anos. A primeira ação urgente foi lançada a 19 de março de 1973 e foi eficaz na libertação do professor brasileiro e dirigente sindical Luiz Basilio Rossi, preso durante a ditadura militar no país.

“As ações urgentes são o cerne do trabalho da Amnistia Internacional. Ser possível mobilizar milhares de pessoas em todo o mundo e fazê-las escrever em nome de alguém em risco eminente, é isso que faz da Amnistia Internacional uma força única que consegue proteger pessoas e salvar vidas”, afirma Kate Allen, diretora da secção da Amnistia Internacional no Reino Unido.

Atualmente são enviadas milhares de ações urgentes para ativistas e voluntários em todo o mundo, que enviam cartas a líderes, dirigentes e responsáveis no poder de vários países onde se identificaram violações de direitos humanos. Desta forma, foi possível salvar vidas, libertar prisioneiros de consciência e evitar que indivíduos em risco fossem injustamente presos, torturados ou tratados de forma contrária aos princípios de direitos humanos defendidos pela Amnistia Internacional.

O objetivo das ações urgentes é sobretudo “apontar um holofote para os abusos, quer se trate de um jornalista na Líbia, de um advogado na China, de alguém no corredor da morte na Índia ou de um médico no Bahrein”, explica Kate Allen. “A má notícia é que as pessoas ainda precisam da ação da Amnistia Internacional. A boa notícia é que estamos cá para fazer precisamente isso”.

Luiz Basilio Rossi, a primeira ação urgente da Amnistia Internacional

Após a ação urgente lançada em março de 1973 pela Amnistia Internacional, várias cartas foram enviadas às autoridades brasileiras pedindo informações e apelando à libertação do professor e dirigente sindical Luiz Basilio Rossi, identificado como um opositor político do regime ditatorial então em vigor no país.

“Eu sabia que o meu caso se tinha tornado público, sabia que eles já não me podiam matar. A pressão a que me submetiam diminuiu e as condições melhoraram”, referiu Luiz Basilio Rossi após a sua libertação a 24 de outubro de 1973, meses depois de ter sido detido a 15 de fevereiro do mesmo ano.

Na altura, o diretor do Departamento de Ordem Pública e Segurança brasileiro, responsável pela detenção, disse à mulher de Rossi: “O seu marido deve ser mais importante do que nós pensávamos, porque recebemos uma série de cartas vindas de todo o mundo”.

Para participar nas ações urgentes, inscreva-se aqui.

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