21 Junho 2011

 

Membros e equipa da Amnistia Internacional em todo o mundo, enviam as suas condolências aos familiares e amigos de Yelena Georgievna Bonner, viúva de Andrei Dmitrievich Sakharov, que morreu a 18 de Junho de 2011 em Boston, nos Estados Unidos da América. 
 
Durante várias décadas, Yelena Bonner foi uma defensora fervorosa das vítimas de violação dos direitos humanos na União Soviética e mais tarde na Rússia e em outros locais. Com o seu marido, apelou às autoridades soviéticas e à comunidade internacional para que protegessem o direito à liberdade de expressão e pusessem fim à tortura e à pena de morte. Depois da morte de Andrei Sakharov, em 1989, e do colapso da União Soviética, Yelena continuou a fazer campanha de forma implacável contra a injustiça e a opressão e ajudou inúmeras vítimas de violações dos direitos humanos. 
 
Yelena Bonner era amiga e apoiante da Amnistia Internacional. Podia ser dura crítica, mas era sempre justa, disposta a ouvir e generosa com o tempo e assistência que despendia.  
 
Em 1983, nas suas “Mémorias”, Andrei Sakharov, físico nuclear e dissidente soviético, galardoado com o Prémio Nobel da Paz pelas suas actividades dos direitos humanos, escreveu:
 
“Influenciado por Lusia (Yelena Bonner) e pelos meus colegas e amigos, dediquei cada vez mais atenção às vítimas de injustiças. Apoiei os apelos da Amnistia Internacional pela libertação de Prisioneiros de Consciência em todo o mundo, assim como os seus esforços para pôr fim à pena de morte e ao uso de tortura. Estou convicto de que apenas uma “ideologia de direitos humanos” pode unir as pessoas sem ter em conta a nacionalidade, as convicções políticas, a religião ou o estatuto social”.
 
Em resposta aos votos de um “Feliz Aniversário” enviados pela Amnistia Internacional no seu 85º aniversário, em 2008, Yelena Bonner escreveu: “Obrigado pelos Parabéns. Juntamente com a minha gratidão envio o desejo de que a Amnistia Internacional continue a defender os Prisioneiros de Consciência e que a sua defesa firme dos direitos humanos, sem valorizar  esquerda, direita ou quaisquer outras considerações políticas, seja um exemplo para todas as organizações de direitos humanos no nosso pequeno planeta”.
 
Yelena Bonner estava sempre disposta a tomar posições pouco populares sem dar importância à sua reputação. Silêncio face à injustiça nunca foi uma opção. Yelena pagou um preço alto por acreditar na universalidade dos direitos humanos e pela obrigação que sentia na defesa desses direitos. Foi enviada para exílio interno e durante vários anos foi-lhe negada uma vida normal entre família e amigos, mas foi com graça que enfrentou os sacrifícios que lhe foram impostos pelo seu trabalho e pela sua visão. Foi sempre um exemplo do poder da sinceridade, incentivando as pessoas a mudarem.
 
Vamos relembrar Yelena Bonner como uma inspiração, uma conselheira e um ser humano apaixonante.

 

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