22 Julho 2009

A condenação pelo Tribunal Penal Internacional de Milan e Sredoje Lukiæ a, respectivamente, prisão perpétua e 30 anos de prisão por crimes contra de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo homicídio, perseguição, extermínio e tortura, traz justiça aos crimes cometidos mas ignora o sofrimento das vítimas de violência sexual, disse a Amnistia Internacional (AI).

“Estas mulheres foram forçadas a viver com as memórias do seu sofrimento sem terem tido reconhecimento ou compensação”, disse Nicola Duckworth, Directora do Programa para a Europa e Ásia Central da AI.

As sobreviventes sofrem de trauma e outros danos psicológicos e físicos, sendo que grande parte delas não tem acesso a apoio psicológico, serviços de saúde ou medicamentos, por viverem em condições de pobreza e/ou locais remotos do país.

Há provas tangíveis de rapto, violação e outros crimes de violência sexual sobre jovens, recolhidas pelo Tribunal da Bósnia-Herzegovina, bem como testemunhos documentados por algumas ONG, incluindo a AI, que apontam para a alegada responsabilidade dos primos Lukiæ. Estes crimes eram comuns durante a guerra de 1992/5, ainda que após 13 anos muitos dos seus perpetradores continuem a gozar de impunidade e, por vezes, a viver nas mesmas comunidades das vítimas. 

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