22 Junho 2011

 

A Amnistia Internacional escreveu uma carta ao Chefe da Judiciária, apelando às autoridades iranianas para que realizem uma investigação imediata e imparcial às circunstâncias da morte de Haleh Sahabi. 
 
Haleh Sahabi, activista e defensora dos direitos da mulher, morreu alegadamente depois de sofrer agressões de um membro das forças de segurança, durante o funeral do seu pai – Ezzatollah Sahabi, antigo deputado e líder da Aliança Religiosa Nacional – no dia 1 de Junho. 
 
Haleh, considerada Prisioneira de Consciência pela Amnistia Internacional, estava a cumprir uma sentença de dois anos devido à sua participação numa manifestação aquando da tomada de posse do Presidente Ahmadinejad, em Agosto de 2009. Foi acusada de fazer propaganda contra o sistema por participar em manifestações ilegais e por perturbar a ordem pública e terá alegadamente sido agredida durante a sua detenção. Começou a cumprir pena em Janeiro de 2011 e recentemente foi-lhe concedida autorização para que visitasse o pai no hospital.
 
A Amnistia Internacional tem conhecimento do relato de uma testemunha ocular que afirma que pelo menos um membro das forças de segurança maltratou Haleh Sahabi, agredido-a depois desta se recusar a entregar uma fotografia que segurava do seu pai. As fontes oficiais iranianas tentaram ocultar qualquer envolvimento das forças de segurança, através de declarações do paramédico que supostamente a tratou, que afirma que Haleh desmaiou e morreu, após uma paragem cardíaca. Não foi feita autópsia e o funeral aconteceu no mesmo dia da sua morte. 
 
Ao que a Amnistia Internacional apurou, várias pessoas foram detidas no seu funeral. A organização condena a acção das forças de segurança nos dois funerais, provocando-a distúrbios e mais angústia às pessoas presentes em ambas as cerimónias fúnebres. 
 
A Amnistia Internacional alerta para o facto das agressões de que foi vítima Haleh Sahabi por parte das forças de segurança, possam ter conduzido à morte da activista. Torna-se imperativo fazer uma investigação imediata e imparcial às circunstâncias da sua morte, de acordo com os Princípios das Nações Unidas, para que o responsável seja levado à justiça. 
 
Na carta que escreveu, a Amnistia Internacional procurou obter informação sobre os indivíduos detidos durante o funeral do pai de Haleh que, ao que apurou, incluem membros de um grupo que apela ao fim do uso de violência no Irão. Até à libertação destas pessoas, deve ser-lhes garantido o acesso às suas famílias e a advogados e protecção contra tortura ou outro tipo de maus-tratos. 

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