A proposta de Itália de pôr fim à operação de busca e salvamento no mar Mediterrâneo Mare Nostrum colocaria em risco as vidas de milhares de migrantes e refugiados que tentam chegar à Europa, alerta a Amnistia Internacional.
O Ministro do Interior italiano, Angelino Alfano, propôs que a Mare Nostrum – lançada a 18 de outubro de 2013 e que já salvou dezenas de milhares de vidas no mar – deveria terminar quando começar a Tritão, nova operação fronteiriça da Frontex (agência da União Europeia para a vigilância de fronteiras), a 1 de novembro.
“A operação Tritão, da Frontex, não pretende ir ao encontro das necessidades de milhares de migrantes e refugiados, incluindo os que são forçados a fugir da guerra e da perseguição no Médio Oriente e em África. A sugestão dada de que poderia vir substituir a Mare Nostrum pode ter consequências catastróficas e mortais”, alerta o diretor do programa para a Europa e Ásia Central da Amnistia Internacional, John Dalhuisen.
E continua: “a Tritão é uma operação fronteiriça, não tem um mandato de busca e salvamento. Irá operar somente perto das águas italianas e não vai mais além, onde é mais necessária. A própria Frontex veio dizer que a Tritão não tem os recursos para realizar o trabalho da Mare Nostrum”.
Por isso, “Itália deve continuar a operação de busca e salvamento Mare Nostrum até que seja criada uma alternativa mais bem equipada e apoiada por outros países europeus – e a Tritão não o é certamente”, conclui o responsável da Amnistia Internacional.
Mais informações no relatório lançado pela Amnistia Internacional “Lives adrift: Refugees and migrants in peril in the central Mediterranean” (“Viver à deriva: Refugiados e migrantes em perigo no Mediterrâneo central”)