6 Outubro 2014

A polícia de Hong Kong falhou no seu dever de proteger centenas de manifestantes pacíficos pró-democracia dos ataques de elementos que se juntaram para contestar os protestos, na passada sexta-feira, 03 de outubro, denuncia a Amnistia Internacional.

Mulheres e raparigas estavam entre as pessoas atacadas, tendo-se registado episódios de agressão sexual, assédio e intimidação. Tudo aconteceu quando oponentes aos protestos entraram em confronto com os manifestantes pró-democracia, nos distritos de Mong Kok e Causeway Bay.

“A inação da polícia é uma vergonha”, lamenta a diretora da secção de Hong Kong da Amnistia Internacional, Mabel Au. E continua: “as autoridades falharam no dever de proteger os manifestantes pacíficos que foram atacados. Na última semana houve uma presença policial forte, mas o falhanço de sexta-feira pode levar ao incendiar de uma situação que é cada vez mais instável”.

A Amnistia Internacional recolheu testemunhos em primeira mão de mulheres que foram atacadas fisicamente e ameaçadas, enquanto a polícia se manteve passiva a assistir. Uma mulher que se manifestou em Mong Kok contou à Amnistia como um homem a agarrou no peito quando estava junto a outros manifestantes, eram 16 horas. Referiu ainda que o mesmo homem tocou as virilhas de duas outras mulheres. Vários polícias assistiram e nada fizeram. Tiveram de ser os próprios manifestantes a intervir para prevenir que o ataque continuasse.

Os reforços policiais apareceram só algumas horas depois da atmosfera se tornar violenta com a chegada dos oponentes ao protesto. Não é claro se a polícia simplesmente subestimou o risco apresentado pelos oponentes ou se decidiram deliberadamente não intervir. Durante horas as forças policiais não foram suficientes para controlar a situação.

As autoridades têm a obrigação de proteger os manifestantes pacíficos de ataques violentos. As pessoas que protestam devem poder exercer os seus direitos à liberdade de expressão e de reunião.

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