10 Abril 2014

O secretário-geral da Amnistia Internacional, Salil Shetty, levou até às Nações Unidas a campanha O Meu Corpo, os Meus Direitos, tendo ali entregado a petição mundial, com mais de 281 mil assinaturas, promovida pela organização em defesa dos direitos sexuais e reprodutivos e sua consolidação como direitos humanos.

Salil Shetty reuniu-se com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, num momento crucial, em que nas Nações Unidas decorre um intenso debate sobre os direitos sexuais e reprodutivos, incluído na agenda da 47ª Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento (esta semana, entre 7 e 11 de abril). Daqui espera-se a adoção de uma série de medidas essenciais, no âmbito da revisão ao programa de ação acordado há 20 anos no Cairo.

Para a Amnistia Internacional é fundamental que os direitos sexuais e reprodutivos sejam contemplados expressamente na aplicação do programa para a era pós-2015 – algo a que os países e grupos mais conservadores se opõem nesta conferência, além de tentarem recuar em muitos dos progressos alcançados nas últimas duas décadas.

A petição mundial da campanha O Meu Corpo, os Meus Direitos, que recolheu o total de 281.102 assinaturas no mundo inteiro, insta os países membros das nações Unidas a elegerem no topo das suas agendas políticas a proteção dos direitos sexuais e reprodutivos, facultando o acesso a informação e serviços de saúde sexual e reprodutivo aos jovens, em que se inclui uma educação sexual abrangente e correta.

Nesta petição é ainda dirigido um apelo direto aos governos a capacitarem as mulheres jovens a desempenharem um papel crucial nos planos de desenvolvimento daquelas políticas que irão permitir que exerçam os seus direitos de forma segura.

“Jovens em todo o mundo exigem acesso a serviços e a informação sobre a saúde sexual e reprodutiva, sem discriminação. E, acima de tudo, que os países das Nações Unidas garantam o gozo pleno destes direitos através de legislação e políticas”, frisa Salil Shetty. “É preciso que os governos reconheçam que os jovens são o presente e o futuro das nossas comunidades, dos nossos países e do mundo. E é hora de os seus direitos serem uma prioridade na agenda e no programa de desenvolvimento pós-2015 da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento”, remata.

A Amnistia Internacional, em parceria com a organização de ativistas RESURJ (Realizing Sexual and Reproductive Justive), entregará esta petição, ao longo da semana, também a outros responsáveis-chave das Nações Unidas e dos países participantes na conferência, reiterando nestas instâncias a necessidade de aprovarem uma resolução forte que permita progredir em matéria de direitos sexuais e reprodutivos para todos e, em particular, no que toca aos jovens.

 

Artigos Relacionados