24 Julho 2013

Uma distorção do conceito de justiça foi como a Amnistia Internacional classificou a decisão do tribunal que ouviu o apelo de Maria Alekhina, da banda punk russa Pussy Riot, de recusar a liberdade condicional à cantora que entoou uma música de protesto numa Igreja ortodoxa.

“Esta decisão vem confirmar que as autoridades russas são inflexíveis quando se trata de suprimir a liberdade de expressão”, disse Denis Krivosheev, Diretor Adjunto do Programa da Amnistia Internacional para a Europa e a Ásia Central.

O responsável continua: “a decisão do tribunal pretende intimidar quem deseje exercer a liberdade de expressão. Pode ter sido apresentada como tendo por base bons princípios, mas revela uma tendência para intimidar críticos ao invés do país cumprir as obrigações de defender e promover os direitos humanos”.

A cantora foi hoje ouvida num tribunal regional que manteve a decisão anterior de recusar a concessão da liberdade condicional. O pedido foi inicialmente feito em janeiro de 2013 e pede a libertação para que Maria possa cuidar do seu filho de seis anos. A rejeição, refere o tribunal, ocorre porque este facto já tinha sido tido em conta quando foi decretada a sentença inicial.

Maria Alekhina, de 24 anos, foi presa com outros dois membros da banda feminina Pussy Riot depois de, a 21 de fevereiro de 2012, terem cantado uma canção de protesto sobre o Presidente russo Vladimir Putin numa Igreja ortodoxa. Foram acusadas de “hooliganismo por motivos de ódio religioso” e sentenciadas a dois anos de prisão. Uma das cantoras, Ekaterina Samutsevich, recebeu pena suspensa depois de apelar da decisão.

“Maria Alekhina e as outras duas cantoras punk não deveriam sequer ter sido presas. Foram privadas da sua liberdade apenas por expressarem pacificamente as suas crenças e a Amnistia Internacional considera-as prisioneiras de consciência. As autoridades russas devem libertar Maria Alekhina e Nadezhda Tolokonnikova imediata e incondicionalmente e as sentenças contra elas e Ekaterina Samutsevich devem ser anuladas”, concluiu Denis Krivosheev.

O apelo de Nadezhda Tolokonnikova por liberdade condicional vai ser decidido sexta-feira, 26 de julho.

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