26 Outubro 2015

A Mostra-me: Mostra de Documentários sobre Direitos Humanos leva ao grande ecrã cinco filmes documentais, alguns inéditos em Portugal, entre 6 e 8 de novembro no Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, num evento promovido pelo Grupo19/Sintra da Amnistia Internacional.

Já na sua 14ª edição anual, a Mostra-me deste ano tem cinco filmes em cartaz no Pequeno Auditório do Centro Cultural Olga Cadaval, oriundos de países diferentes e com o foco posto das temáticas e desafios de direitos humanos, incluindo o documentário da realizadora portuguesa Marta Pessoa “O Medo à Espreita”, vencedor do Prémio Amnistia Internacional do Festival IndieLisboa. Este documentário, de 2015, é um retrato da vida sob a ditadura portuguesa até à queda do Estado Novo, das memórias dos que viveram diariamente sob a sombra e ameaça de tortura dos informadores da PIDE.

A atual crise de refugiados está igualmente em foco no cartaz do Mostra-me deste ano, com a exibição de “Naufrágio” (“Shipwreck”, de Morgan Knibbe, 2014), documentário que recebeu menção honrosa nos prémios Amnistia Internacional do IndieLisboa e que conta a história de um sobrevivente de um naufrágio de refugiados e migrantes junto à costa italiana.

A programação do Mostra-me XIV passa também pela Índia, com “Salma” (de Kim Longinotto, 2013), contando a história de uma jovem muçulmana do sul da Índia que, aos 13 anos, foi trancada pela sua família e permaneceu sequestrada durante 25 anos, proibida de estudar e forçada a casar e a qual, a partir de versos escritos em pedaços de papel se veio a tornar na maior poetisa Tamil.

Esta mostra de cinema documental ruma também aos Estados Unidos com “A Luta Interior” (“The Battle Within”, de Shahram Hashemi e Susan Tehrani, 2014), que aborda a questão do elevado índice de suicídios entre os veteranos dos Estados Unidos, partindo de chocantes estatísticas recentes e procurando causas e natureza destas mortes, assim como as dificuldades inerentes à reintegração social dos militares.

E ainda até à Hungria com “Julgamento na Hungria” (“Judgment in Hungary”, de Eszter Hajdú, 2014), sobre o julgamento de quatro homens acusados e julgados, entre 2011 e 2013, de terem assassinado várias membros de comunidades ciganas por motivos raciais.

Tal como nas edições anteriores, o Grupo 19/Sintra da Amnistia Internacional traz à Mostra-me de 2015 realizadores e peritos para analisarem, em conjunto com a Amnistia Internacional, alguns dos filmes após a projeção, com debates abertos ao público. O programa engloba ainda com atividades complementares relacionadas com campanhas da Amnistia Internacional.

 

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