13 Setembro 2013

As autoridades chinesas devem suspender os seus planos de desalojar os restantes residentes de Ba Gou, perto de Pequim, e atribuir compensações adequadas aos milhares de habitantes desta localidade que perderam as suas casas devido aos desalojamentos forçados.

Os desalojamentos forçados e a demolição de casas em Ba Gou têm como objetivo a construção de um complexo comercial. Desde 2003, mais de 5 mil pessoas foram vítimas de desalojamentos forçados no espaço em questão, após terem sido intimidadas e recebido ameaças de violência.

“Este é um comportamento escandaloso por parte das autoridades chinesas, que procuram ameaçar, intimidar e expulsar as pessoas das suas casas sem os devidos procedimentos, dando prioridade a interesses comerciais”, refere Catherine Baber, diretora do programa da Amnistia Internacional para a Ásia Pacífico.

Apesar dos apelos contra os desalojamentos – pendentes num tribunal de Pequim – o governo local emitiu um aviso de desalojamento com o prazo de cinco dias para as restantes seis famílias em Ba Gou, marcado para 13 de setembro. Dezenas de pessoas não identificadas, algumas com uniformes da polícia e equipamento antimotim, estão concentradas na localidade e ameaçam demolir as restantes casas.

Os residentes de Ba Gou não receberam das autoridades chinesas nenhuma compensação adequada nem alternativas de habitação após os desalojamentos forçados. Apesar do governo ter oferecido às famílias que perderam as casas uma pequena compensação, esta não cumpria as normas estabelecidas nas leis chinesas e foi rejeitada pelos habitantes, por estar longe de ser suficiente.

A Amnistia Internacional tem vindo a documentar o aumento de desalojamentos forçados violentos na China – que incluem detenção, morte e espancamento de residentes – numa altura em que as autoridades e os governos locais procuram o lucro com a venda dos terrenos.

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