24 Junho 2016

Face aos resultados do referendo no Reino Unido que favoreceram a saída da União Europeia (UE), a diretora da Amnistia Internacional no país, Kate Allen, sublinha a importância de serem salvaguardados os direitos dos cidadãos e a reafirmação do compromisso do Governo em os proteger.

“As pessoas querem receber garantias de que os seus direitos estão salvaguardados e o Governo tem o dever de assumir publicamente o compromisso de proteger esses direitos. Quer o Reino Unido seja membro da União Europeia ou não, continua vinculado ao sistema internacional de direitos humanos, cujas normas tem de continuar a fazer cumprir e cujos mecanismos tem de continuar a respeitar”, explica a perita.

Kate Allen avança ainda que “ao negociar a saída, o Governo britânico deve preservar as fortes proteções dos direitos que tiveram origem na legislação da União Europeia – em especial, nas matérias de não-discriminação, do direito à privacidade e dos direitos dos trabalhadores”.

“O debate sobre o Brexit [saída do Reino Unido da UE] esteve infelizmente contaminado por desagradáveis conotações xenófobas. Para onde quer que o Reino Unido esteja agora a encaminhar-se, estes sentimentos e este tipo de políticas não podem existir”, insta ainda a diretora da Amnistia Internacional no país, Kate Allen.

E remata: “O desafio agora é centrarmo-nos no que nos une em vez de naquilo que nos separa, e os direitos humanos universais são nisso centrais”.

A Amnistia Internacional participou na quarta-feira, 22 de junho, sob o mote #moreincommon (mais em comum), num dos tributos públicos à deputada britânica Jo Cox (na foto), que foi assassinada na semana passada durante a campanha do referendo no Reino Unido.

 

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