23 Dezembro 2013

A repressão da sociedade civil na Rússia prossegue sem freio apesar da libertação recente de prisioneiros de consciência no país, sustenta a Amnistia Internacional.

Há muito que esta organização luta pela libertação imediata e incondicional de vários prisioneiros de consciência recentemente libertados ao abrigo de uma nova legislação de amnistia proposta pelo Presidente russo, Vladimir Putin, e aprovada na semana passada na Duma (câmara baixa do Parlamento russo). Muitos outros prisioneiros de consciência que estão a ser julgados no processo contra os manifestantes da Praça Bolotnaya permanecem detidos desde 2012.

“Estas libertações recentes – do empresário Mikhail Khodorkovski, das cantoras Maria Alekhina e Nadezhda Tolokonnikova, da banda Pussy Riot, e de alguns dos detidos no caso Bolotnaya – não devem ser vistas como um ato benigno de clemência, mas uma manobra política de relações públicas para os Jogos Olímpicos de Sotchi”, frisa o diretor da Amnistia Internacional para a Europa e Ásia Central, John Dalhuisen.

Aliás, nota ainda Dalhuisen, “é uma medida que demonstra ainda mais claramente a politização da justiça na Rússia”: “Não nos deve toldar a visão da verdade maior de que no último ano se verificou uma contração muito significativa do espaço permitido naquele país às vozes independentes e críticas [às autoridades]”.

“Aqueles que agora foram libertados estavam presos apenas por expressarem as suas opiniões. Apesar de estarem agora livres, as acusações que foram formuladas contra eles mantêm-se. A amnistia e o perdão presidencial não substituem um verdadeiro sistema de justiça”, argumenta ainda.

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