30 Setembro 2013

O bielorrusso Ales Bialiatski, um dos casos adotados pela Amnistia Internacional, venceu esta segunda-feira o Prémio de Direitos Humanos Václav Havel, da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa.

O Prémio, no valor de 60 mil euros, foi entregue a Natalia Pinchuk, mulher do ativista, numa cerimónia que decorreu no Palácio da Europa, em Estrasburgo. Recorde-se que Ales está preso desde 4 de agosto de 2011 e que cumpre 4 anos de prisão por “movimentos bancários suspeitos”.

Enquanto Presidente do Centro de Direitos Humanos Viasna, Ales Bialiatski foi forçado a usar contas bancárias pessoais, na Lituânia e na Polónia, para o trabalho da organização de assistência às vítimas da repressão policial. Desde 2003 que as autoridades bielorrussas se recusam a registar o Viasna, o que impede que seja criada uma conta em seu nome.

A Amnistia Internacional considerou Ales um prisioneiro de consciência, detido por motivações políticas, com o intuito de travar o seu trabalho de defensor dos direitos humanos. O caso fez parte da ‘Maratona de Cartas’ do ano passado. Leia mais. O evento anual, que este ano decorre de 6 a 17 de dezembro, surtiu efeito: o prisioneiro recebeu pela primeira vez comida do exterior e pôde ver a mulher e a irmã.

O Prémio de Direitos Humanos, que já existia, recebe a partir deste ano o nome de Václav Havel, também considerado prisioneiro de consciência pela Amnistia Internacional. Foi Presidente da Checoslováquia e o primeiro Presidente da República Checa, era dramaturgo e liderou o movimento dissidente de direitos humanos Carta 77. Foi preso várias vezes pelo governo comunista.

O Prémio visa homenagear ações notáveis da sociedade civil em defesa dos direitos humanos e é anualmente atribuído pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (conhecida pela sigla inglesa PACE), em parceria com a Václav Havel Library e a Charta 77 Foundation.

Artigos Relacionados