Todos os dias chegam alertas do mar Mediterrâneo: botes e barcos em apuros no alto mar, com centenas de pessoas a bordo, em fuga da guerra, da perseguição e da instabilidade, da pobreza atroz, arriscando tudo para chegar à Europa – e milhares morrem pelo caminho, mais de 1.700 perderam a vida só desde o início deste ano. E junto às águas que banham Lisboa, a Amnistia Internacional Portugal disse “basta!”, numa ação de rua, esta terça-feira, 28 de abril. (atualização a 11 de maio)
Mais de 60 pessoas responderam à chamada da organização de direitos humanos para o Cais das Colunas, no Terreiro do Paço, às 18h30, onde foram lançadas flores às águas, numa cerimónia antecedida de uma marcha lenta, organizada pela ReAJ-Rede de Ação Jovem da Amnistia Internacional, que se iniciara com uma concentração no Rossio às 17h30 (na foto).
Esta foi uma homenagem a quem perdeu a vida às portas da Europa, um gesto de solidariedade para os que sobrevivem e que agora mesmo atravessam as perigosas águas do Mediterrâneo, e também um apelo aos líderes europeus para que ouçam o clamor que se espalha pelo mundo inteiro: basta de retórica, de promessas vãs e de medidas que apenas servem para salvar a cara.
Para salvar vidas é precisa uma operação humanitária em larga escala, com navios, meios aéreos e recursos, que permitam levar as operações de busca e salvamento até ao alto mar, onde milhares de migrantes e refugiados estão a morrer na travessia do Mediterrâneo.
Escolas Amigas dos Direitos Humanos e Núcleos AI juntam-se ao apelo
Os gestos de solidariedade para com os migrantes e refugiados que cruzam o Mediterrâneo em direção à Europa vieram também de outras partes do país, com a participação de vários núcleos de ativistas da AI e também das Escolas Amigas dos Direitos Humanos, em resposta a um desafio lançado pelo projeto Educação para os Direitos Humanos da Amnistia Internacional Portugal.
Em Estremoz, numa colaboração do Núcleo da AI Portugal naquela cidade e da Escola Secundária Rainha Santa Isabel, na quarta-feira, 29 de abril, alunos e professores vestiram-se de branco, foi feito um minuto de silêncio e formado um SOS Europa humano.